tag:blogger.com,1999:blog-77684200874758414072024-02-19T00:01:38.453-03:00Licor de cassisCláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.comBlogger24125tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-82554074257967206822017-10-22T22:23:00.000-02:002017-10-22T22:23:46.413-02:00Letras<div style="color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px;">
Eu leio poesia como quem se afoga</div>
<div style="color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px;">
Escrevo poesia como sobrevivente</div>
<div style="color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px;">
Eu me agarro às palavras</div>
<div style="color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px;">
Estou faminta de rimas</div>
<div style="color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px;">
Mastigo letras</div>
<div style="color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px;">
Engulo sílabas</div>
<div style="color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px;">
Bebo frases</div>
<div style="color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px;">
Fico tonta</div>
<div style="color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px;">
Enjoada</div>
<div style="color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px;">
Quando volto</div>
<div style="color: #333333; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13.3333px;">
à superfície da realidade.</div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-44520603164120286012017-10-16T16:23:00.001-02:002017-10-16T16:23:21.826-02:00Sutilezas<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 6px;">
Eu falo de delicadeza</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 6px;">
Falo do tecido fresco e macio</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 6px;">
que roça a pele</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 6px;">
Da passagem sutil de um anjo </div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;">uma lembrança</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 6px;">
<span style="font-family: inherit;">que traz</span><span style="font-family: inherit;"> </span><span style="font-family: inherit;">um sorriso</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">Ou o sussurro de palavras ao vento</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br />Do cheiro de alecrim e bergamota</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">que deixa a alma limpa e feliz</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 6px;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; margin-bottom: 6px;">
<span style="font-family: inherit;">Eu falo de coisas pequenas</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
<span style="font-family: inherit;">De um beijo estalado </span><span style="font-family: inherit;">no rosto</span></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
De uma flor escondida<br />no canto do jardim</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
<br />Falo de tudo<br />o que não é notado<br />Num mundo que grita<br />Que viola<br />Que desrespeita</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Eu falo de sutilezas.</div>
</div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-24552582388737980322017-10-15T20:47:00.000-02:002017-10-16T07:09:27.058-02:00Era uma vez, um celular<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> Tinha tudo pra
ser um dia comum. Uma segunda-feira de sol. Eu, a caminho da academia. Ia a pé.
Gosto de andar pelo bairro e, como fiz tantas outras vezes, aproveitava pra
falar com minha mãe. Quando a moto parou ao meu lado, pelo olhar dele, eu já
sabia que seria assaltada. Ele ainda tentou fingir que queria apenas uma
informação, mas, tão logo conseguiu chegar mais perto, anunciou: “me dá seu
celular”. Não tive tempo de explicar a minha mãe o que acontecia, mas
ela ouviu uma boa parte do momento de tensão. Assim que ele fugiu, eu só
pensava em avisá-la que estava tudo bem comigo. Nada mais me importava naquele
momento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> A sensação é horrível.
Medo, raiva, vulnerabilidade. Foi como se tivessem levado meus sapatos e me
mandado seguir descalça num asfalto quente. Sem rumo. Ao seguir, sem olhar pra
trás, ele ainda me ameaçou que voltaria, caso eu registrasse ocorrência. Mas
logo encontrei pessoas solidárias. Na academia, na rua, no posto de gasolina
que ficava perto do local do assalto. Depois, a atenção da Joana, que
estava na minha casa e com quem pude dividir o drama. De longe, meus pais, meu
namorado, minha prima-irmã me apoiando pelo meu
telefone fixo ou pelo computador, já que o celular estava em outras mãos. Fiz
todos os bloqueios possíveis, registrei a ocorrência e fui trabalhar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> O primeiro dia
foi horrível! Na manhã seguinte, acordei um pouco mais calma e fiz questão de
ir à academia, apesar do medo. Eu precisava vencer isso ou acabaria limitando
minha rotina. Foi aí que comecei a observar a vida fora do mundo virtual. Não sem
antes pensar se deveria avisar, nas redes sociais, que estaria desconectada por
alguns dias, sem WhatsApp, sem celular. Decidi que o silêncio, naquele momento,
seria melhor. E cheguei a uma conclusão libertadora: quem quisesse me achar
daria seu jeito. Eu não precisava estar acessível o tempo todo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> Só agora,
duas semanas depois, resolvi contar essa história. Conversei com muitas
pessoas, ouvi vários casos parecidos, mas comigo nunca tinha ocorrido. Estar
desconectada foi como estar de férias. Percebi o quanto a gente se
torna dependente do celular. Aquelas olhadas, o tempo todo, pra conferir e-mail,
mensagem, a pressa de responder, a prontidão. Como foi bom ficar livre de tudo
isso por um tempo... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> Comprei um aparelho
pequeno, de 100 reais, e só uso pra falar mesmo. Nem pra torpedo ele serve muito.
Mas era a pequena segurança num caso de emergência. Sei que vou precisar
retomar o uso do celular inteligente e “exigente”. Nesta semana mesmo, vou reativar
meu chip em outro aparelho. Não tive pressa pra voltar. E, amigos queridos,
acho que vou ser um pouquinho mais lenta pra responder...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> Minha agenda
de papel, que estava praticamente limpa, agora tem páginas e mais páginas de
anotações. Comecei a olhar menos pra baixo e mais para as pessoas que circulam
pelas ruas. No sinal, em vez da ansiedade de checar informações, observo as
árvores coloridas da Avenida Pedro II. O ritmo do pensamento diminuiu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> Sei que perdi fotos, notas, contatos. Já havia
algum tempo que não fazia backup porque sou preguiçosa com isso e porque não
achava que seria assaltada. Muito do que sumiu só vou perceber na instante da
necessidade. Nada tão importante ou irrecuperável assim. O celular, perdido pra
sempre, deixou a lição do desprendimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> Não minto.
Ainda estou assustada. Meu coração ainda dispara se uma moto chega muito perto.
Ando pelas ruas atenta. Mas prefiro acreditar que fui muito protegida. Num dos
primeiros dias, em que eu ainda estava triste e insegura, quando voltava pra
casa à noite, um Louva-a-Deus, de um verde muito vivo, pousou no vidro do meu
carro e, juro, veio comigo até a garagem da minha casa. Uma viagem que durou
uns 20 minutos. Uma surpresa poética que, pra mim, foi um sinal e a confirmação
da proteção divina!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> <o:p></o:p></span></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-59859702640251644392017-07-27T14:31:00.001-03:002017-07-27T14:33:54.835-03:00Antes que seja tarde<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Antes que seja tarde</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal; min-height: 27.4px;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Fale tudo</span><span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;"></span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Sem rodeios</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Sem timidez</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Sem contar palavras</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Com delicadeza</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal; min-height: 27.4px;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;"></span><br /></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Fale do amor escondido</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Da mágoa contida</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">De tudo</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">que sempre se guarda pra amanhã </span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal; min-height: 27.4px;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;"></span><br /></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Fale da alegria</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Do imprescindível</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Da presença que é ainda quente</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Antes que tudo esfrie</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal; min-height: 27.4px;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;"></span><br /></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Antes que seja tarde</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Fale amenidades</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Declare a saudade</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Derreta-se em elogios</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal; min-height: 27.4px;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;"></span><br /></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Olhe fundo</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Abrace forte</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Aperte as mãos</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal; min-height: 27.4px;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;"></span><br /></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Antes que seja tarde</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Perceba</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Insista</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Apure o olhar </span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">E cada um dos sentidos</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal; min-height: 27.4px;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;"></span><br /></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Antes que seja tarde</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;">Viva!</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal; min-height: 27.4px;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;"></span><br /></div>
<br />
<div style="color: #454545; font-family: '.SF UI Display'; font-size: 23px; line-height: normal; min-height: 27.4px;">
<span style="font-family: ".sfuidisplay"; font-size: 23pt;"></span><br /></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-73915519125036742062017-07-02T19:19:00.000-03:002017-07-02T22:20:12.548-03:00O excesso que anestesia<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.15pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="color: #4c4c4c; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;"> Pimenta
nunca me assustou. Gosto de sentir a boca queimando, os olhos se enchendo de
água e do calor que toma conta do corpo. Uma vez, num jantar em Diamantina, o
garçom se aproximou pra dizer que nunca tinha visto alguém comer pimenta tão
tranquilamente. Era daquelas fortes e eu tinha misturado umas três ao prato de
comida mineira. Uma delícia!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.15pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="color: #4c4c4c; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;"> Enfim,
eu achava que não tinha medo desse tempero até ir ao México... É claro que
esperava algo mais picante, mas nunca imaginei o quanto poderia ser
incômodo. Os bares oferecem 3 ou 4 molhos já nos pratos de entrada. Eu fui
aos poucos. Só uma pontinha, mas era insuportável. Uma queimação sem sentido.
Sem gosto, puro fogo. E assim foi durante os 11 dias em que estive por lá. Eu,
correndo das pimentas. São lindas, coloridas, cheirosas, de muitos tipos e
tamanhos, mas, pra mim, eram só pra olhar. Tem até canteiro no Parque
Chapultepec, na Cidade do México.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.15pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="color: #4c4c4c; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;"> Admirei
tudo, mas não queria mais provar os molhos e olhava, desconfiada, o cardápio.
Apelei para a comida italiana. Num restaurante que prometia ser leve e saudável,
pedi um macarrão cabelo de anjo com amendoim e legumes. Mas o prato, que chegou
lindo, não tinha nada de angelical. Não consegui comer nem a metade e precisei
secar os olhos com um guardanapo como se eu tivesse acabado de ter uma crise de
choro. Puro descontrole.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.15pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="color: #4c4c4c; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;"> O
exagero tinha acabado com o prazer. Eu não sentia o sabor de mais nada. Só o
predomínio de algo que pretendia se impor. Sabe aquela presença de alguém que
não deixa mais ninguém conversar e quer ser o centro das atenções a qualquer
custo? E aquelas pessoas que nem sabem qual é o assunto e já chegam dando
opinião? Excesso de comida, de bebida, de palavras, de imagens, de barulho, de
violência. Alegria forçada quando o silêncio poderia falar mais. Pois é, pra
mim, as pimentas loucas do México são assim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.15pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="color: #4c4c4c; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;"> Uma
overdose que cansa, que dá vontade de voltar pro nosso arroz com feijão,
temperado com bastante alho, para as nossas malaguetas vermelhinhas que ardem
na medida certa. <span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Excesso, até de doce, enjoa.
Excesso de luz ofusca. Excesso de água alaga. Excesso atropela e, no limite,
anestesia.</span></span><span style="color: #4c4c4c; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><br /></span></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-20443402606500996442017-06-18T21:08:00.000-03:002017-06-18T21:08:35.455-03:00Apesar do perigo Eu havia subido mais de 400 degraus pra ver uma cachoeira. E o guia tinha avisado logo no começo: o tempo seria curto lá em cima. Uma visão rápida da paisagem, algumas fotos pra registrar a beleza e os mesmos 400 degraus de descida. Resolvi encarar o desafio porque sabia que a imagem recompensaria o esforço. Fui aos poucos, sentindo as pernas pesadas, a respiração ofegante, mas consegui.<br />
A cachoeira Véu da Noiva, em Cascadas de Chiflón, não decepcionou. Era realmente linda, de tirar o pouco fôlego que me restava. Um barulho forte e muita, muita água. Exuberante e assustadora. Só se podia mesmo admirá-la porque a violência da queda, de uma altura de 180 metros, não permitia a entrada nem mesmo dos mais corajosos.<br />
Tirei o máximo de fotos que pude e já era hora da descida. O risco maior estava no céu. Nuvens inchadas e cinzas... E logo vieram os trovões. O guia alertou que era preciso acelerar o grupo antes que a chuva caísse. E lá fomos nós, turistas obedientes e apressados, descendo os degraus. Imagine o meu medo de raios que estariam por vir ou de um tombo nas pedras que, em breve, estariam molhadas e escorregadias. Nem pensei no cansaço. Fui mais rápida que a tempestade.<br />
Já fora de perigo, eu me perguntei o que leva a gente a correr riscos - numa viagem ou na própria vida. O México é um país de terremotos - houve um pequeno abalo no pouco tempo em que estive por lá. O trânsito na capital é caótico. Há vulcões. E, no meu passeio ao interior do país, a tal cachoeira também me pareceu uma bela ameaça. Mas lá estava eu com a minha curiosidade valente.<br />
Há dois anos, numa caminhada pela floresta do Tapajós, em Alter do Chão, no Pará, tive a mesma sensação. Éramos apenas quatro pessoas, no mundo habitado por bichos e, coincidentemente, um temporal rondava o percurso.<br />
A conclusão nas duas situações: se a gente realmente tentar prever todos os riscos que poderão estar no caminho, ninguém sai de casa. E ainda assim não está a salvo.<br />
Quantos aviões passam sobre meu prédio todos os dias, quantos carros cruzam o meu trajeto? O medo paralisa. E, por isso mesmo, melhor não pensar nisso.<br />
Se eu deixasse de ir à cachoeira, não teria me encantado com tanto poder da natureza. Se eu desistisse do passeio na floresta, não teria visto as cores mais diferentes de borboletas, que já não voam mais pela cidade.<br />
Se eu não saio de casa, posso ficar no conforto, mas deixo de descobrir, de experimentar, de aprender. É por isso que viajo. E, quando volto, sempre trago comigo a coragem pra viver, apesar do perigo que é a própria vida.<br />
<br />
<br />
<br />
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-81081530826582798772016-12-04T19:52:00.000-02:002016-12-04T20:08:22.292-02:00Que o amor seja bem-vindoQuando for mistura de desejo e aconchego<br />
De loucura e ternura<br />
E não porque seja rima fácil<br />
<br />
Que o amor seja bem-vindo<br />
<br />
Na ansiedade dos beijos adolescentes<br />
Ou na deliciosa serenidade do amor maduro,<br />
que não se cansou de esperar<br />
Nem envelheceu o olhar<br />
<br />
Que o amor seja bem-vindo<br />
<br />
Quando for sincero e corajoso<br />
Sem medo de sombras<br />
Disposto a se declarar à luz do dia<br />
<br />
Amor que vai ao supermercado<br />
Ou que se derrama em noite de lua cheia<br />
Arroz com feijão ou vinho tinto<br />
<br />
Que o amor seja bem-vindo<br />
<br />
No pico de uma gargalhada<br />
Ou na tristeza mais funda<br />
<br />
Que o amor seja bem-vindo<br />
<br />
No abraço forte das chegadas e despedidas<br />
Que as despedidas sejam por pouco tempo<br />
Que as palavras sejam sempre um "até breve"<br />
Porque, ah, como eu odeio um adeus!Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-4079341951904654812015-10-14T21:33:00.000-03:002015-10-14T21:36:12.426-03:00FériasEncontrar um pequeno canteiro de girassóis na calçada.<br />
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
Fazer alguém rir quando você não tem a menor pretensão de ser engraçada.</div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
Perceber que uma pessoa gosta muito de você só pelo jeito que te olha.</div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Ser compreendida sem precisar se explicar.</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br /></span></div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
Num mundo de caras e bocas virtuais, folhear um álbum de fotos bem artesanal.</div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
Receber flores (de verdade).</div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
Um vestido floral que fica perfeito no corpo</div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
Massagem nos pés com óleos perfumados</div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
Ter escrito ou inspirado poemas.</div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<br /></div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
Uma caminhada na floresta com todo o medo e encanto que isso pressupõe. </div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<div>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Um dia de sol na praia</span></div>
<div>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Uma noite fria com lareira</span></div>
</div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Um bom livro e uma rede na varanda</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Músicas de Zeca Baleiro, Lenine, Djavan </span><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> ou Gil</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br /></span></div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Descobrir um assunto que te faça perder horas na pesquisa.</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<div>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Uma boa e longa conversa</span></div>
<div>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Lançar um livro e ver todas as pessoas queridas na fila.</span></div>
<div>
<div>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Achar uma vaga quando já tinha perdido a esperança - nas ruas, no mercado de trabalho ou no coração de alguém.</span></div>
<div>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br /></span></div>
<div>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Comer um pote de Nutella sem contar calorias.</span></div>
</div>
<div>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Surpreender-se, rindo de uma bela lembrança.</span></div>
<div>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Apagar dias tristes da memória.</span></div>
<div>
Amigos cúmplices</div>
</div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
Amores fiéis</div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">E um brinde com espumante ou com um copo de água bem gelada.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"></span></div>
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">
</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1KIU5d21-YldqQH4qoLm1_8V8Xk52v26MsCFLwa-bgw8LLD2qbzw7WutLwkBN5p29AtlFYSYsES2oiaP-qmCHMcrGg20ohBqB2gqkIcpzYmWY-arfAemTUZ6CNdN9RFwtkMAmTbNQu8A/s1600/image1+%25281%2529.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1KIU5d21-YldqQH4qoLm1_8V8Xk52v26MsCFLwa-bgw8LLD2qbzw7WutLwkBN5p29AtlFYSYsES2oiaP-qmCHMcrGg20ohBqB2gqkIcpzYmWY-arfAemTUZ6CNdN9RFwtkMAmTbNQu8A/s320/image1+%25281%2529.jpeg" width="320" /></a></div>
</div>
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<br /></div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<br /></div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<br /></div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<br /></div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<br /></div>
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<br /></div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<br /></div>
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<br /></div>
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</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<div style="color: #454545; font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px; text-decoration: -webkit-letterpress;">
<br /></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-43871370779047096692015-10-14T21:28:00.000-03:002015-10-14T21:28:18.764-03:00Para um ex-amor qualquer<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgebCTVVK_87UibO7kPUyu6UzTuEMMLEVUlCyNVVbneH_H1o1ajHr1OaXZge2G_Y_XMT6q6U-8vtfVuy4hpJoSfAu26ESnaCVcjQajQoM0Ug_QJYuLTNOy0Wp0lunfxCDtB-AfKafxqJR8/s1600/image1.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgebCTVVK_87UibO7kPUyu6UzTuEMMLEVUlCyNVVbneH_H1o1ajHr1OaXZge2G_Y_XMT6q6U-8vtfVuy4hpJoSfAu26ESnaCVcjQajQoM0Ug_QJYuLTNOy0Wp0lunfxCDtB-AfKafxqJR8/s320/image1.jpeg" width="180" /></a>Entrei no modo avião </div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Não te ouço mais</div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Não recebo suas mensagens</div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Acesso negado</div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Entrei no modo avião </div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Não me chame</div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Estou fora do ar</div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Fora de área</div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Inacessível </div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Entrei no modo avião </div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Não interrompa meu pensamento</div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Com seu toque virtual</div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Não quebre meu sentimento</div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Com sua ligação fora de hora</div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Não me cobre resposta rápida</div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Entrei no modo avião</div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
Só pra você</div>
<div style="background-color: white; color: #454545; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;">
E sem sair do chão!</div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-58790704415963337612014-11-10T21:56:00.001-02:002014-11-10T21:56:25.796-02:00Por um novembro dourado<!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Dourado é a cor do luxo, da realeza, mas é também a cor do
sol. E sol é símbolo de vida. O tom que tinge o mês de novembro lembra um
assunto delicado: o câncer infantil. No lançamento da campanha, em Belo
Horizonte, a oncologista Eliana Cavacami deixou que as crianças raspassem sua
cabeça. A cena emociona demais! Nós, mulheres vaidosas, cuidamos do cabelo como
parte fundamental da identidade feminina. O desprendimento e a abnegação da
médica mostram o quanto estamos longe do que realmente importa.</span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif;">A reportagem mexeu comigo. Eu me senti inútil num primeiro
momento. E acomodada também. Ao mesmo tempo, fiquei imaginando a sutileza da
situação. Como explicar a elas, às crianças, que é preciso fazer um tratamento
difícil, que a vida vai ter que reduzir o ritmo? Com que palavras ou
argumentos? Criança quer correr, brincar. Quer ter sonhos e ter futuro. Só
isso. E nada disso combina com doença, com qualquer doença. Mas aí chega a
notícia e é preciso quebrar o mundo da fantasia com algo tão sério.</span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Nessa hora, os pais ganham aliados. Pessoas que trabalham
nas instituições de apoio aos pequenos pacientes. E, apesar do drama, o que
eles buscam é a alegria. Festas, sessões de cinema, brincadeiras. Vale tudo pra
tentar diminuir o sofrimento e a dor. A fé nas mais diversas religiões e o
conforto de uma casa que recebe crianças e adolescentes de Minas e de outros
estados.</span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif;">A fundação Sara nasceu de uma história triste há 16 anos.
Pais que perderam uma menina de quatro anos resolveram agir. A perda cruel
motivou um grande gesto de solidariedade. Nesse período, mais de 700 pacientes
passaram pela instituição. A casa tem 13 funcionários e cerca de 100
voluntários, mas ainda é pouco.</span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Eles fazem de tudo e se revezam nas funções. Trabalham na
limpeza, na organização dos alimentos, no atendimento telefônico, no
transporte, na comunicação. Cuidam da parte elétrica ou eletrônica, dão aulas,
acompanham crianças em consultas.</span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Sempre que entrevisto voluntários, a conversa é a mesma.
Eles recebem muito mais do que oferecem. Já realizei alguns trabalhos do tipo e
também tive essa sensação de fazer diferença na vida de alguém. Mas não é fácil
dar a partida. A gente tem preguiça de começar, imagina que não vai estar à
altura do esforço, que não tem tempo pra se dedicar. E há até aquela sensação
de que você não pode ajudar muito...</span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Até que o gesto de alguém te acorda. Eu me senti assim
quando vi o cabelo da oncologista sendo raspado e o tom de emoção na voz dela.
Imagino a leveza com que deitou a cabeça no travesseiro naquele dia em que
inverteu o jogo e se pôs de verdade no lugar das crianças. Imagino
principalmente como os pequenos se sentiram, ganhando a adesão da médica ao que
pra eles deve parecer assustador.</span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Eu até cheguei a pesquisar números sobre o câncer infantil
no país. Mas acho que, mais importante que esses dados, é saber que, se a
doença for descoberta no início, as chances de cura são em torno de 70%. Por
isso, as instituições defendem maior acesso aos exames e mais médicos
preparados para o diagnóstico aos primeiros sintomas.</span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif;">O novembro dourado é uma campanha pra abrir os olhos, pra
conseguir mais voluntários. Eu resolvi contribuir de algum jeito, escrevendo
esta crônica. Isso é nada, comparado ao que outras pessoas fazem. Mas é uma
ideia... Quem sabe mais alguém se sensibiliza? O que eu desejo é que o mês seja
mais iluminado, que as crianças tenham seu lugar ao sol e que a infância e a
adolescência tenham menos sombras.</span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-46289589300284352682014-08-12T09:53:00.000-03:002014-08-12T09:53:20.327-03:00Obrigada!<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt;"> </span><span style="font-family: Arial;">O
carro passou por mim com cinco pessoas sorridentes e espremidas lá dentro. Não
prestei atenção à marca, mas era um modelo velho, que já saiu do mercado há
muito tempo... O que me fez demorar um pouco mais o olhar, além da lotação e da
alegria dos passageiros, foi o adesivo no vidro: “Presente de Deus!”. Acabei
contagiada pelo riso fácil daqueles desconhecidos e parei pra pensar sobre o
tema que costuma soar meio piegas – a gratidão. Admito minha dificuldade de
enxergar tudo o que tenho de bom na vida. Sou meio insatisfeita por natureza. E
não foi à toa que o carrinho, caindo aos pedaços, despertou a minha
atenção. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Seria muito natural agradecer por um
veículo brilhante, que acabou de sair da concessionária. Mas, naquele caso, o
adesivo era bem mais novo que o carro... Este, sim, é um desafio. Saber
valorizar o que se conquistou, ainda que, aos olhos dos outros, possa parecer
irrelevante. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Gratidão a Deus, como o flagrante no trânsito,
ou à vida, ao Universo e, principalmente, a quem estiver perto de você. Tanto
faz. Nem sempre consigo, mas tento fugir daquela sensação de que o mundo está me
devendo algo – no sentido da felicidade mesmo. Esse é um pensamento que
atrapalha qualquer possibilidade de gratidão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Sei que tenho motivos pra agradecer – pela
minha família, pelos amigos, pelo bom emprego, pela saúde. Posso aumentar a
lista, incluindo gestos que fizeram algum momento valer a pena – uma música
linda que alguém me apresentou, uma frase engraçada que ouvi, um presente que é
a minha cara, o sorriso verdadeiro ou o abraço apertado daquelas pessoas
afetuosas que cumprimentam com vontade, a companhia nas horas em que me senti
mais vulnerável, os ouvidos generosos, o ombro emprestado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Quase impossível é ter gratidão por um “professor”
cruel. Alguém que chegou a magoar você e até forçou algum tipo de decisão, mas
acabou lhe ensinando a reagir. Pode ser no trabalho ou numa relação amorosa...Tempos
depois, você entende que essas pessoas foram importantes exatamente por isso. Funcionaram
como a mola que nos empurra, nem sempre da forma mais delicada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> A revista Vida Simples trouxe matéria de
capa sobre o assunto, citando pesquisas que concluíram que saber agradecer
“ativa o mecanismo de recompensa no cérebro e provoca uma profunda sensação de
bem-estar e alegria”. Segundo a reportagem, as pessoas mais gratas são aquelas
que enfrentaram mais dificuldades. E aí eu volto à família alegre do carro
desbotado. Eles só estavam circulando pelas ruas de BH porque conseguiram
comprar aquele veículo. Nunca se sabe quantos esforços fizeram pra ganhar o
dinheiro...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Falar “obrigada” é simples, é educado.
Agradecer é mais que isso. É reconhecimento. Agradecer de verdade não é só da boca
pra fora. É com o coração. E faz bem mesmo! Só de escrever este texto me deu
vontade de encontrar várias pessoas e de falar o quanto foram ou são essenciais
pra mim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">(<i>A reportagem citada está na edição de junho de 2014 da revista Vida
Simples.)</i></span></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-27776052448812453982014-08-04T22:24:00.000-03:002014-08-04T22:24:16.279-03:00Amor ou degustação?<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Falar de amor é sempre tão repetitivo... A
sensação que se tem é que mudam os personagens, mas os romances começam e se
acabam de forma muito parecida. Costumo ter conversas intermináveis com amigos
sobre os contrastes entre as paixões e os casamentos que caíram na rotina. Aí
todos têm alguma opinião já formada ou experimentada. O que deixa muita gente
sem palavras, inclusive eu, é entender por que há tantas pessoas sozinhas por
aí se outras tantas pessoas dizem que querem encontrar o amor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">
Afinal, um lado não cruza o caminho do outro? É fato que muita gente não
quer se comprometer. Mas, e quando os dois querem e não conseguem se acertar?
Onde é que o doce perde o ponto? Uma palavra errada, um olhar atravessado, uma
interpretação precipitada sobre o que aquela pessoa pode lhe oferecer? Medo das
diferenças ou trauma de uma relação anterior? Conheço homens e mulheres que
fogem exatamente quando percebem que o outro se declarou ou simplesmente se
mostrou disposto a encarar o desafio. E há aqueles que se afastam porque
acharam o outro frio demais ou distante demais... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> O que eu vejo é que muitos não dão tempo
nem para a possibilidade de que o sentimento aconteça ou amadureça. Já chegam
com suas conclusões apressadas, fazem de tudo pra confirmar aquelas convicções
e, satisfeitos com a própria razão, partem para a próxima conquista. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> A gente se acostumou a ter muitos
“contatos” e vive na falsa ilusão do excesso. É uma escolha e cada um sabe o
que quer para si. Quem sou eu pra questionar o que traz alegria... Você pode
desejar apenas alguém pra se divertir. Que mal há nisso? Sair pra conversar,
rir, ir a um show ou cinema e até fingir um namoro num dia de carência.
Distração garantida sem qualquer peso. Quase como uma degustação, amostra
grátis, sem compromisso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Mas, e se a outra pessoa quiser alguém
para namorar de verdade? Você quer a fantasia e ela busca aquele amor pé no
chão com tudo o que isso pressupõe. Amor de supermercado. Amor arroz com
feijão! Quando esses dois se encontram, o choque é certo. Pior ainda, como escreveu Carlos Drummond de
Andrade, é quando “João amava Teresa que amava Raimundo...” Nesse desencontro
de afetos, ninguém sai satisfeito, na poesia ou na vida. Se há algo que essa troca de parceiros não
garante é a cumplicidade, a intimidade, o convívio intenso, a companhia de
alguém que não tem pressa pra esgotar o romance.<o:p></o:p></span></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-70637820853065790912014-03-20T18:04:00.000-03:002014-03-20T18:11:50.161-03:00<span style="color: #3d85c6;"><b>Olá, queridos leitores, </b></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #3d85c6;"><b>Não se assustem com o sumiço das crônicas. O blog Licor de Cassis fica temporariamente fora do ar... Em breve, novos textos vão aparecer por aqui.</b></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #3d85c6;"><b>E, em<span style="background-color: #cfe2f3;"></span> maio, publico um livro, com lançamento previsto em Juiz de Fora e Belo Horizonte. Mando notícias...</b></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #3d85c6;"><b>Muito obrigada pela companhia no espaço virtual e não desapareçam!</b></span><br />
<br />
<span style="color: #3d85c6;"><b>Informações também na minha página no Facebook.</b></span><br />
<br />
<br />
<br />Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-63338935583902683552014-01-27T10:50:00.001-02:002014-08-14T18:17:13.161-03:00Quando a poesia foge de mim...<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Naquele dia de caminhada pela orla da
Pampulha, inexplicavelmente, tudo parecia mais lindo. O céu se apresentava num
azul inacreditável. A água, apesar da poluição, brilhava num tom diferente para
olhos mais atentos. O vento tornava a temperatura ideal, não incomodava,
soprava na hora certa. E, pra completar, uma garça resolveu se exibir no
momento em que eu passava. Bateu as asas e depois saiu, deslizando pelo
ar e levando minha imaginação naquele voo branco. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Parecia um balé que combinava com a música
que eu ouvia... E com os movimentos de quem passava. As pessoas pareciam mais
bonitas e felizes. <o:p></o:p>E eu agradeci por ter
conseguido ver tudo aquilo e por ter me deixado contagiar pelo dia especial. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Na manhã seguinte, voltei à lagoa, na
expectativa de rever aquelas imagens, de repetir os sentimentos. Nada... A água
estava esverdeada, o calor me desanimava, o céu se mostrava mais pesado e as
garças já não eram tão elegantes. O cenário era o mesmo, mas não adiantou
chamar: a magia não veio colorir meu dia. Como já disse Adélia Prado: “De vez
em quando, Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo.” <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> E foi vendo cada uma dessas pedras que
decidi cumprir o percurso - pelo menos, uma hora de caminhada. E lá fui eu,
olhando para o chão, meio emburrada. Pra passar o tempo, resolvi contar passos,
marcar os metros percorridos, somar os minutos. Tudo muito calculado. Era a
matemática se opondo à poesia da véspera. A obstinação apareceu pra compensar a
falta da fantasia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Sem querer ser pessimista, acho que não dá
pra negar que, na rotina, os dias mágicos costumam ser poucos, quase exceções. Como
diz uma repórter, que sempre se dedicou muito ao trabalho, é preciso “pedalar
forte” pra dar conta de tudo. Suar, cansar-se, fazer o que você não tem vontade,
simplesmente, porque é necessário. Isso não é negativo. É essa determinação que
faz a gente pular da cama e viver o que está do lado de fora.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Não é só na vida profissional. Uma amiga
decidiu usar essa força de vontade pra conquistar um namorado. Ela é bonita,
inteligente, bem-sucedida e sempre foi romântica, buscando o parceiro com todas
aquelas qualidades que nós sonhamos. Pois, decidiu começar 2014 com outra
cabeça. Não acredita mais nas palavras doces dos candidatos. Observa as ações e
analisa um a um. O romantismo foi posto de lado. Ela agora tem metas e
critérios para o amor. Vai encontrar seu príncipe <i>nada</i> encantado e ponto final.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Voltando ao meu dia sem graça, entre um
pensamento e outro, até consegui dar uma corridinha na orla. Como atividade
física, aquela manhã foi produtiva. E, mesmo com a total falta de inspiração,
tive a ideia de escrever esta crônica. Valeu! Os dias chatos, às vezes, provocam
essas reações. Você se empenha tanto que acaba obtendo resultados melhores do
que nas horas em que está leve demais. É claro que prefiro sempre os momentos
de poesia, mas, enquanto não chegam, vou andando por aí, com minha obstinação
taurina, contando as pedras do caminho. </span></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-73318573462326404742013-12-12T17:38:00.000-02:002017-09-23T11:55:39.794-03:00Até a próxima partida - 2<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Depois
de uma noite curta e de um café corrido no hotel, entrei no barco.
Ainda era muito cedo, mas já fazia calor. Desanimada e sonolenta,
imaginei que aquela viagem de Dubrovnik para Hvar, na Croácia,
poderia não ser das mais agradáveis. Ligeiramente mal-humorada,
resolvi sair pra respirar um pouco na área descoberta. Cheguei a
tempo de ver a âncora se soltando... Naquele instante, começou a
magia. A imagem da cidade que ficava pra trás se misturou à espuma
branquinha do mar azul-turquesa, colorido pela luz dourada do sol da
manhã. Suspirei com aquela cena e descobri que eu não era a única
encantada.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">É
por momentos como esse que não consigo parar de procurar destinos
diferentes. Dizem que é um luxo. Pra mim, é quase uma necessidade.
Nunca fiz as contas, mas acho que poderia ter comprado mais um carro
ou mais um apartamento com o dinheiro que já gastei por aí. Não me
arrependo. Viajar é escolha e talvez seja esse o meu maior
“investimento”.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> Já
passei por lugares lindos e exóticos. Lugares que sempre me dizem
algo. Atravessando uma avenida de Istambul, na Turquia, ao lado de
uma multidão, pensei que o mundo é cheio de cabeças e de
personagens e vi o quanto sou insignificante. Numa rua de Nova York,
atores da Broadway, vestidos de bichos, levaram-me de volta à
infância. Num dia de chuva, em San Juan, capital de Porto Rico,
enquanto passeava num ônibus antigo, percebi que existem muitos
meios de se ganhar a vida e que não existe fórmula pra nada.
Conheci um animador de navio, que trabalha, pulando de um cruzeiro ao
outro. Quase sempre longe de casa e da terra. Na praça, outro homem
se sustenta, alimentando pombos para que os turistas tirem fotos com
as aves. Um serviço estranho, sim, mas que tem procura. </span>
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">E
ainda vi o céu estrelado do Deserto de Atacama, dancei com nativos
numa ilha do Pacífico. Num catamarã em Curaçao, depois de um
banho-surpresa das ondas em alto-mar, entendi o quanto é perigoso
remar contra os ventos e contra a maré. Um treino para a vida? Acho
que sim... Foi lá também que me deslumbrei com a cor das praias e
com a sonoridade do papiamento, a língua já falada pelos escravos
com influências de idiomas europeus, inclusive, do Português. Um
som primitivo, forte, como as gargalhadas, o riso fácil dos
moradores da ilha. Gosto muito desses locais que não são óbvios.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Viagens
também me provocam mudanças de rumo, correção de rota. Voltei do
Chile e pedi demissão de um bom emprego. Lá longe, na Ilha de
Páscoa, conhecida como “umbigo do mundo”, concluí que precisava
cortar o “cordão” com a empresa simplesmente porque não estava
feliz. Foi também no retorno de outros lugares que decidi romper
relações que não me faziam crescer. </span>
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Nem
sempre é bonito. Nem sempre é fácil. No meio das belezas, há
sustos e obstáculos. Já fiquei doente e não sabia explicar ao
médico da Romênia o que exatamente eu sentia. Já perdi rodinhas de
mala, perdi voos, passei noites em aeroportos ou em destinos
imprevistos. Passei horas numa praça de Amsterdã, vigiando a
bagagem, enquanto amigos procuravam hotel na cidade lotada em pleno
feriado nacional. Torço o nariz pra algumas comidas... Você pede e
nunca sabe o que vem na tradução dos ingredientes. Nada disso me
desanima ou me tira o prazer de explorar o mundo. </span>
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Uma
frase que se ouve, um sorriso franco que se recebe, a gentileza de
quem quer fazer você se sentir em casa, paisagens inesquecíveis
compensam qualquer situação inusitada. Países como Bulgária,
Canadá, Alemanha; cidades como Londres, Paris, Madri, a energia
inexplicável de Machu Picchu ou um lugarejo do interior de Minas.
Tanto faz... Tenho sempre a mesma curiosidade e uma lista enorme de
roteiros para as férias de cada ano. Lugares pra conhecer, pra
revisitar, pra experimentar outra vida por uns dias e voltar, sempre
diferente, mais flexível, mais tolerante, mais observadora. Viajar é
sempre pra fora e <i>por dentro</i>. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">(Crônica publicada na Revista Encontro Luxo em dezembro de 2013) </span>
</div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-72043024084680846072013-11-17T20:37:00.000-02:002014-09-09T19:29:29.864-03:00Mais uma sobre bagagem<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Depois de quatro dias à espera de um voo
para Curaçao, apareceu a oportunidade de chegar lá, passando pela Colômbia. A
causa de tanto atraso era uma pane inacreditável no sistema da companhia aérea.
Milhares de passageiros prejudicados, irados, férias interrompidas, negócios
cancelados. E eu no meio dessa confusão, querendo apenas sair do Panamá e
chegar às praias lindas que eu só conhecia das fotos. Embora o tempo de viagem
aumentasse bastante, aceitei a proposta da empresa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> No check-in, ficou muito claro pra mim e
pra outros turistas que a bagagem deveria ser recolhida em Bogotá e enviada a
Curaçao. Achei estranho, confirmei, e o atendente disse que era isso mesmo. O
tempo no aeroporto seria curto, mas, segundo ele, suficiente para a operação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Era
mais do que previsível. Num lugar desconhecido, com pouquíssimas pessoas para dar
informações e uma correria para a troca de voos, os passageiros ficaram
perdidos. Andamos de um lado para o outro, vimos malas rodando nas esteiras,
mas não havia acesso à bagagem. Tentávamos descobrir uma saída. Nada. Pra
chegar até lá, teríamos que dar entrada no país, carimbar passaportes etc. Impossível.
Com o prazo do embarque se esgotando, já não dava mais pra buscar qualquer tipo
de orientação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiAYCvWuePq5ZCCoHzNkfkNSDpMGx2SovRBKOyoE-7FOzx78W380t3uCAl-NWG2j2ffMNCB5W-sJ7HzQqfu6gQgCLAHHQ7MC-vrZJIK-NT0f_G37vbg6-U58MbIIwwq1VUg4bL5kf-XQ4/s1600/fotos+celular-+viagem+Cura%25C3%25A7ao+e+Panam%25C3%25A1+001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiAYCvWuePq5ZCCoHzNkfkNSDpMGx2SovRBKOyoE-7FOzx78W380t3uCAl-NWG2j2ffMNCB5W-sJ7HzQqfu6gQgCLAHHQ7MC-vrZJIK-NT0f_G37vbg6-U58MbIIwwq1VUg4bL5kf-XQ4/s320/fotos+celular-+viagem+Cura%25C3%25A7ao+e+Panam%25C3%25A1+001.jpg" height="320" width="240" /></a></div>
<span style="font-family: Arial;"> </span><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> E foi nesse momento que respirei fundo e
concluí: não tem mais jeito. Ou perco a mala, ou perco o voo. Eu queria tanto
desembarcar em Curaçao que todo o resto perdeu a importância. As roupas que eu
tinha selecionado com calma em BH, os acessórios, meus cremes e perfumes, as
compras que eu já havia feito no Panamá.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Era uma escolha. E quantas vezes já não
passamos por essas decisões na vida, muito maiores do que a de abandonar a mala
no meio do percurso... Falo daquelas horas em que o importante é seguir viagem,
embarcar na oportunidade que o destino oferece. O fim de uma história de amor.
O encerramento de uma etapa no trabalho. Até uma amizade que se afasta e não há
como retomar o laço. Você pesa sempre o que vai ficar pra trás. Lamenta, sim! Mas,
se a certeza da partida é mais forte, nada te impede de ir. É aquele olhar amplo
e a vontade incontrolável de continuar. Aquela
coragem súbita que, de repente, dá sentido a tudo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Por incrível que pareça, depois de tanta
expectativa, todas as nossas malas chegaram a Curaçao. A minha com apenas três
das quatro rodinhas, mancando, mas estava ali. A informação errada da companhia
acabou sendo apenas um teste da minha capacidade de escolha e o reforço da
palavra que me persegue e me desafia sempre: o desprendimento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-30966788524236811392013-10-15T14:25:00.001-03:002014-12-12T11:17:50.312-02:00Caçando talentos e corações<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheM6uIsCJQZpVMdFD3YDlZExIa_0pJrgJJQnAtqbAoIu1sdZBCRbmNC3zraLWHtgZ8J-E8thwlLRX2pFxuT04FTVbVl30XX2pCGa4p4D09PBXuwiLpA5TeUeGbsCCCuYySKeRk5JIzTdw/s1600/foto+namoro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheM6uIsCJQZpVMdFD3YDlZExIa_0pJrgJJQnAtqbAoIu1sdZBCRbmNC3zraLWHtgZ8J-E8thwlLRX2pFxuT04FTVbVl30XX2pCGa4p4D09PBXuwiLpA5TeUeGbsCCCuYySKeRk5JIzTdw/s1600/foto+namoro.jpg" height="424" width="640" /></a></div>
<span style="font-family: Arial;"> Aposto que você já ouviu falar de um </span><i style="font-family: Arial;">head- hunter</i><span style="font-family: Arial;"> ou “caçador de cabeças”,
aquele profissional que vive à procura de talentos no mercado de trabalho.
Muito comum no mundo de executivos... A novidade, que vi outro dia no programa
Saia Justa, do GNT, é uma </span><i style="font-family: Arial;">heart- hunter. </i><span style="font-family: Arial;">Sim,
uma “caçadora de corações”, que já tem, inclusive, o serviço patenteado. É uma
psicóloga que resolveu dar uma força a quem busca a alma gêmea no mercado
confuso do amor.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Ela jura que não é cupido. Deixa claro que
presta uma assessoria aos clientes a partir do perfil que eles apresentam. E
sai à caça - na agência ou nas ruas. Segundo a psicóloga, as pessoas estão sem
tempo de procurar um parceiro porque trabalham demais. Foi aí que parei pra
pensar se isso poderia ser uma explicação pra existir tanta gente sozinha por
aí – nas mais variadas idades.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Viver “a um”, como gosto de dizer, tem seu
lado confortável. Também acho que homens e mulheres estão mais egoístas, mais
centrados nas próprias conquistas em diversas outras áreas fora de um
relacionamento. Muitos preferem a variedade. Pra que se prender a alguém se há
tantas personalidades e tipos físicos a serem desvendados?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Adoraria saber o real motivo desta
“solidão coletiva”, mas creio que nem os especialistas conseguem explicar o
fenômeno. Uma mudança profunda no namoro, no casamento e nas formas de se
relacionar. Até onde isso vai, ninguém sabe. Tenho amigas, que sonham com
filhos, já atingiram o que querem na profissão, mas não encontram a cara-metade.
Bonitas, inteligentes e sozinhas... Será que ficamos exigentes demais? Ou
concluímos que é desnecessário ter alguém do lado o tempo todo? Falta tempo pra
isso?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> E aí volto à pergunta que me incomodou...
Tempo é do que mais a gente precisa numa relação. Pra conversar ou pra brigar,
pra rir, pra olhar no fundo dos olhos, pra namorar... Se as pessoas não têm
tempo de procurar, dificilmente, terão pra manter o outro por perto. É preciso
investir na paixão, abrir espaço, cancelar a agenda em nome de uma companhia.
Romantismo? Acho que não... Não se trata de abandonar os próprios interesses ou
os amigos pra se ter alguém. Mas, ou a gente continua “a um”, com as dificuldades
que essa opção pressupõe, ou é melhor correr atrás do tempo pra experimentar
uma história “a dois”.</span><span style="font-family: Arial;"> </span></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-77927430553822393892013-09-22T18:00:00.000-03:002014-08-14T18:12:57.362-03:00A solidão da atriz, do poeta e do andarilho<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjISk3NKzxayf94Pz28axSh84MAqknOWzaw0D_lop2_kmqd2ChMf-eAzMgqFrvkLq-y66mYrfAYh3qxbbWwippVeSUlbDfHXEvB1PdtBRoAOzSEhEeTywGh4dFiXqNEYFPz8vXfHzeI8Xs/s1600/foto+mendigo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjISk3NKzxayf94Pz28axSh84MAqknOWzaw0D_lop2_kmqd2ChMf-eAzMgqFrvkLq-y66mYrfAYh3qxbbWwippVeSUlbDfHXEvB1PdtBRoAOzSEhEeTywGh4dFiXqNEYFPz8vXfHzeI8Xs/s400/foto+mendigo.jpg" height="270" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: João Machado<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> A foto publicada na Internet me tirou o
fôlego. Um homem abraçado à escultura de Carlos Drummond de Andrade à beira-mar
<st1:personname productid="em Copacabana. Era" w:st="on">em Copacabana. O</st1:personname> retrato mais triste da solidão, o sentimento de quem se agarra a uma imagem
fria porque quer um ombro ou um colo. O encaixe no abraço de bronze do poeta... Um abraço
gelado em que não se ouvem as batidas do coração. Mas ali o morador de rua
poderia desabafar, chorar, entregar-se e se sentir acolhido. O poeta, ah, esse
entendia bem do assunto. Pra escrever coisas tão lindas, certamente, foi fisgado
pela nostalgia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Seria
muita arrogância de nossa parte achar que estamos livres dessa solidão de quem
mendiga afeto. Também queremos esse calor... Nem sempre, a vida oferece. É a
solidão coletiva, o mal das cidades grandes. Falta de tempo ou de vontade de
conviver. Tempo demais à frente de uma tela. Pessoas em excesso, disputando a
nossa atenção. Um mundo barulhento com palavras que não fazem sentido. E a
gente se sente muito bem na própria companhia, achando que “se basta”, até a
chegada de alguém especial que faz você querer aquela presença o tempo todo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> A doença aumentou, mas não é de agora.
Coincidentemente, acabo de ler uma biografia sobre a atriz Marilyn Monroe,
mulher linda, loura, desejada, famosa e sozinha. Ela, que era disputada pela
multidão de fãs, não se sentia querida o suficiente. Pulava de um romance ao
outro, e a carência nunca parecia chegar ao fim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Muitas vezes, não adianta ter alguém ao
lado na cama ou crianças pra encher a casa. O sentimento é mais profundo que
isso e já nasce com a gente. Num de seus contos, ironicamente chamado de “Feliz
aniversário”, Clarice Lispector nos apresenta uma senhora que fazia 89 anos. A
festa com a família é amarga, apesar de estarem todos lá – filhos, noras,
genros, netos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> “A vida tem um vazio. Não pode dar uma de
louca e tentar preenchê-lo”. A frase dita por uma alcoólatra, no filme “Entre o
amor e a paixão”, resume o questionamento que todos nós fazemos de vez <st1:personname productid="em quando. Eu" w:st="on">em quando. Eu</st1:personname> consigo
lidar bem com a solidão... Gosto de ficar sozinha, quieta, lendo,
escrevendo, vendo filmes. Nunca me senti
mal com isso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Aprender a ser só também é um treino do
desapego. Pode até soar contraditório, mas foi assim que descobri o valor de
uma boa companhia. Reconhecer o sentimento não significa querer se isolar. E o
meu texto, que começa com uma imagem triste, termina com um pensamento, no
mínimo, reconfortante, atribuído a Rachel de Queiroz: “A gente nasce e morre
só. E talvez por isso mesmo é que se precisa tanto viver acompanhado.”</span></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-33697592139464318492013-07-07T15:35:00.001-03:002017-07-15T00:16:01.979-03:00As vantagens da vida "a um"<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";"> Outro dia, li uma piadinha aqui na
Internet, que dizia que as prestações de um presente para o ser amado costumam
durar mais do que o namoro. É engraçado, mas não deixa de ser trágico... As
relações são tão rápidas que terminam antes mesmo que você conheça melhor a
pessoa. Não dá nem tempo de apresentar à família, como se fazia antigamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";"> E aí, olho a minha volta e vejo homens e
mulheres sem parceiros pelos mais diversos motivos. Do jeito que o amor anda
fugaz, às vezes, é melhor se recolher, ler um bom livro, sair com os amigos
porque essas relações, sim, costumam durar décadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";"> Pra encurtar conversa, costumo concordar
quando dizem que estou sozinha porque eu quero. Mas, no fundo, sempre custei a
admitir isso. Foi numa caminhada (sozinha) à beira da Lagoa da Pampulha, que
aceitei a minha “culpa”. Primeiro, pra estar com alguém, tenho que estar
absolutamente apaixonada. Parece óbvio, mas não é. Tem gente que aceita o
pretendente apenas pra tapar buraco ou pra mostrar ao eterno julgamento dos
outros que não está só. Segundo motivo: aprendi a gostar da minha companhia. É
bom ter alguém, sim, mas não pra se sentar à mesa de um bar e os dois ficarem mudos,
bebendo pra enxergar o outro com mais condescendência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";"> Na praia, há pouco tempo, observei um
casal jovem que praticamente não se falava. <i>Ele</i>
lia o jornal. <i>Ela</i> olhava o mar. <i>Ela</i> lia a revista. <i>Ele</i> olhava outras mulheres. Foi assim até que, no dia seguinte,
apareceu outro casal. Pronto! Não faltou assunto aos quatro!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";"> Na academia, uma dupla que, na minha
opinião, peca pelo excesso. A moça estava malhando. O noivo, com calça jeans e
sapatos, andava atrás dela o tempo todo, em cada um dos aparelhos. Como uma
sombra ou um anjo da guarda. Controle? Falta de interesses próprios? Dependência?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";"> Até no casamento, um pouco de solidão faz
falta. Tem coisa que a gente só enxerga quando conversa com os próprios botões.
E a vida “a um” tem outras vantagens. Viajo pra onde eu quero com as companhias
que escolho. Não tenho que dar satisfação sobre horários ou atitudes. Mas nem sempre fui assim. Terminei um grande
amor porque morria de ciúme dele! Terminei outro porque<i> ele</i> morria de ciúme de mim! E foi só aí que entendi o quanto é
chato alguém que precisa tanto do outro que até se anula.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";"> Hoje, eu quero um namorado que me ache
interessante do jeitinho que eu sou. Que não tenha medo de viver a história nem
pressa de terminá-la. Que me ensine algo e queira aprender comigo. Que
converse, olhando nos olhos e não para os lados. Que se entregue sem se
prender. Que seja companheiro nos dias bons e nas horas difíceis. Até lá, sim,
eu confesso: estou sozinha porque eu quero!<o:p></o:p></span></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-48076335978181867552012-10-22T21:11:00.000-02:002015-10-20T11:30:26.677-02:00Na dança dos relógios<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Não, este não é mais um texto pra avaliar
perdas e ganhos nem pra reclamar do horário de verão. O que eu quero é
aproveitar a mudança para acertar os ponteiros com o meu tempo. Em anos
anteriores, na véspera da troca, eu saía feito um fantasma da meia-noite,
mexendo em todos os relógios – os de casa e os pessoais – como se o
esquecimento de um fosse atrapalhar toda a minha rotina.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Desta vez, foi diferente. Meu celular se
alterou automaticamente. Só no dia seguinte, acertei aquele único relógio que
iria usar. E pronto. Todos os outros continuam com uma hora de atraso, fora das
convenções. E olha que são, pelo menos, 4 ou 5. Não fiz isso intencionalmente,
mas acabei concluindo: pode ser um bom treino pra não ser tão ansiosa e querer
mudar tudo de uma vez. Tenho essa mania de me antecipar demais, de achar que
não há mudanças sem choques. É bom aprender a fazer por etapas,
gra-da-ti-va-men-te! Reagir à medida que a situação se apresentar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Claro que os compromissos vão ser mantidos
porque a agenda não depende só de mim. Mas olhar, de vez em quando, para o
relógio inalterado faz lembrar que existe outro tempo e que, em breve, eu volto
pra lá. Nada de radicalismos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Também pretendo aproveitar esses dias mais
longos para outra prática – treinar a adaptação. Sou daquelas que levam duas
semanas para entrar no novo horário. Durmo bem mais tarde e acordo muito
sonolenta. Coisas de touro empacado mesmo. OK. Esta será uma ótima oportunidade
para ser mais flexível. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> E deixo as sugestões pra você que também
custa a dormir nestes dias. Que tal ocupar as horas da falta de sono no namoro
ou num encontro prolongado com os amigos? Sair pra correr à noite ou escrever
crônicas, como estou fazendo agora... Se der, a gente empurra um pouquinho o momento
de acordar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> Meu primeiro fim de tarde desse horário de
primavera com cara de verão foi bem bonito. Foi só por causa da dança dos
relógios que vim pra casa com as cores do pôr-do-sol. Cores inacreditáveis na
mistura de flores roxas, céu rosado, o fim da luz natural e o começo da
artificial. Então que seja assim: que a gente tenha muitos dias iluminados pela
frente, com ou sem sono...</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"> <o:p></o:p></span></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-9961247596883291612012-07-27T13:45:00.000-03:002016-03-23T23:27:40.946-03:00Pra você, JF!<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";">O relógio da Praça da
Estação marca oito horas e alguns minutos, mas poderia ser qualquer outro
horário porque o tempo aqui é o da lembrança. E o som é do trem que ainda corta
a cidade. Há quinze anos, eu deixei o meu lugar. Voltei muitas vezes porque meu
afeto continua lá, mas me faltava aquele olhar de turista, que descobre
novidade onde outros enxergam rotina. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";">O nosso humilde <i>Big Ben</i> resiste solenemente, compondo a paisagem
do Rio Paraibuna, rio desprezado, acusado de ser feio e poluído. Rio de “águas pardas”
na descrição do poeta Murilo Mendes. Turvo, sim, mas também generoso na sua
largura. E democrático. Mães com carrinhos de bebê, passeios com cachorros,
caminhada, moradores de rua que dormem à beira do rio. Só agora eu descobri,
numa passarela para pedestres, dois banquinhos pra quem quiser dar uma olhada
menos preconceituosa para o nosso Paraibuna.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";">Cariocas do brejo? Isso é
maldade com a gente... Torcemos, sim, para times do Rio de Janeiro, mas não
trocamos o <b><i>s</i></b> pelo <b>x</b>, como dizem
por aí. No máximo, costumamos acrescentar um <b>i</b><i> </i>antes do <b>s</b><i>
</i>ou <b>z</b><i> </i>em palavras como três e arroz, mas é só. A partir daí, já é
implicância gratuita com nosso sotaque. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";">Ah, não temos mar, mas temos
um Calçadão, onde tudo acontece e todos se encontram. Manifestações, políticos pedindo
votos, gente vivendo o dia-a-dia. O Cine Palace e o Teatro Central. Quem é de
fora sempre põe um som inglês para o nosso <b>H
</b>da Rua Halfeld. Aprenda: na pronúncia de quem é da cidade, o <b>H</b> é ignorado e, cá entre nós, soa bem
menos pedante. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";">O nosso Calçadão tem os
melhores pipoqueiros que já conheci. O segredo da pipoca que dá fila são os queijinhos
em cubos, quentinhos. Infância na ponta da língua. A coxinha de frango e Catupiry
de uma lanchonete pequena e da época da minha adolescência... O bolo da Casa de
Doces Brasil, cheio de glacê e com recheio inconfundível. Não importa se depois
provei sobremesas mais saborosas e sofisticadas. Esse gosto nunca se perdeu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";">Adoro andar sem rumo pelas
galerias estreitas e pelas ruas do centro. Nenhum shopping, por mais requintado
que seja, substitui esse prazer de ter várias lojinhas aconchegantes ou de
fazer compras ao ar livre. E você sempre tromba com algum conhecido, mesmo quem vive longe há muito tempo, como eu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";">Vista do Mirante do
Cristo, Juiz de Fora parece cada vez maior e mais alta, com muitos prédios
espremendo as casas. Mas a imagem que me marcou no mês de julho foi a do céu. Na
cidade, nublada por natureza, o inverno costuma tingir a paisagem de azul. Foi
assim nos cinco dias em que estive por lá.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";">Na hora de ir embora, pouco
antes das 8 da manhã, uma surpresa. Passo pelo mesmo Paraibuna, agora encoberto
pelas brumas. Juiz de Fora embaçada como num sonho. Os carroceiros, às margens
do rio, dão um ar de passado à cena. Só depois que saí de lá é que percebi: JF
deixa meu cabelo rebelde, meio anelado, meio indomável. Mas essa cidade fria e
úmida está dentro de mim. E me deu a maior saudade das manhãs geladas a caminho
da escola.</span></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com23tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-69431295042566923702011-12-05T10:44:00.000-02:002016-12-05T22:15:43.983-02:00Chique é ser gentil<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";"> Pode suspirar porque a ideia é linda e romântica... Um amigo, querendo reatar um namoro, mandou um buquê de rosas colombianas para a ex, com um cartão super inspirado. Pra quem não sabe, essas flores são maiores, duram mais e têm cores únicas e intensas. Ele fez tudo isso correndo, antes de ir para o trabalho. A moça deve ter ficado, no mínimo, lisonjeada com a doce tentativa de reconciliação. Ainda que o buquê chegasse sem qualquer bilhete, a mensagem é muito direta: “Você é importante pra mim.” <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";"> A declaração de amor me fez lembrar de um conceito que vi aqui na Internet sobre elegância afetiva. Sim, os relacionamentos também têm sutilezas que dispensam palavras, promessas vazias ou elogios fáceis. Pequenos gestos, como um carro limpo pra receber sua companhia... Abrir a porta é opcional, mas não deixa de ter seu charme quando feito por delicadeza e não por convenção. Não todo dia pra não desgastar a atitude, mas ser gentil nunca saiu de moda. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";"> Você não precisa pedir o telefone da mulher que acaba de conhecer, muito menos tem qualquer obrigação de ligar pra ela. Mas, se disser que vai ligar, é feio não cumprir... Deixar mensagens sem resposta – no celular, por e-mail ou qualquer outra forma de contato – é o cúmulo da deselegância. Mesmo se o celular for de cartão, compre logo os créditos, se não quiser perder a credibilidade. Só não vale desmarcar compromissos por torpedo. As mulheres, que só fingem que são ingênuas, entendem muito bem que o motivo não deveria ser tão justificável assim e que é mais fácil descartar dessa forma.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";"> Nós trabalhamos e assumimos nossas contas. Por isso mesmo, não queremos ser folgadas e depender do cartão do namorado. Mas se oferecer, de vez em quando, para pagar o jantar – ou, pelo menos, o refrigerante - é um ato generoso e que mostra o belo <i>cavalheiro</i> que você é. Ou será que essa palavra já não existe mais no dicionário? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";"> E, pra não dizer que estou sendo parcial, vamos aos deslizes femininos. Precisamos segurar a curiosidade, morder a língua e não deixar o moço acuado com tantas perguntas nos primeiros encontros. Sei, por experiência própria, o quanto isso pode ser difícil, mas não custa tentar... E a mania que as mais ciumentas têm de vasculhar celulares, e-mails e mensagens nas redes sociais? Cuidado! Você pode ser a mulher mais linda, pisando nos saltos mais altos. Se for indiscreta... Também não vale ficar expondo o companheiro em público, fazer aquelas brincadeiras que deixam a pessoa sem graça ou rebater, o tempo todo, as opiniões do seu amado. Saber ouvir é tão chique...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";"> Terminou uma relação? Homens ou mulheres: pensem em quem esteve do seu lado durante tanto tempo. Não custa dar um prazo de carência, antes de aparecer com o novo amor nos antigos ambientes que o ex ainda frequenta. Não é por caretice. É só uma forma de reconhecer o que houve entre os dois. Gratidão também é gentileza. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial";"> Não quer mais ou não gostou? Fale com todas as letras antes de desaparecer. Sinceridade, nessas horas, não é grosseria. É coisa de fino trato. E, já que falei de términos, vou falar também de começos. A forma de se aproximar de alguém pode ser delicada e criativa. Elegância afetiva é olhar com admiração, procurar se interessar de verdade pela pessoa que se apresentou no seu caminho. E fazer por ele ou por ela tudo aquilo que demonstre o sentimento. Se a declaração vier com rosas colombianas, melhor ainda!<o:p></o:p></span></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-23496713500975547472011-07-25T12:17:00.000-03:002015-03-08T10:14:37.187-03:00Coisas que só mulheres entendem<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que TPM deixa a gente inchada, irritada e com uma vontade incontrolável de comer chocolate.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que, depois do humor alterado e das cólicas, ficam as espinhas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que cabelo não combina com umidade, exceto para as que fizeram escova progressiva ou tratamentos com nomes mais modernos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que mãos quentes provocam bolinhas no esmalte e que basta uma bolinha pra você não desgrudar os olhos daquele defeito gritante que ninguém mais enxerga.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que a gente acorda linda, em alguns dias, e feia <st1:personname productid="em outros. E" w:st="on">em outros. E</st1:personname> nada mudou tão radicalmente entre um dia e outro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que chorar dói, mas clareia os olhos e a alma.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que abrir o coração para uma amiga de verdade tira alguns quilinhos extras dos ombros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que nossa força vem disfarçada de fragilidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que ouvir um elogio, logo que você acorda e está toda despenteada e sem maquiagem, vale por muitos “eu te amo”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que ouvir “eu te amo” deixa a gente muito confusa, mas não ouvir confunde ainda mais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que namorar uma roupa na vitrine gera imediatamente uma imagem na cabeça. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que um bom doce faz um bem incrível pra alma quando ela está começando a amargar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que acreditar nos astros, nas cartas ou nos búzios é uma forma de ter sempre esperança.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que mudar a cor do cabelo, o corte, ser “camaleoa” é tentar fugir da mesmice.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que um filho é sempre um lindo projeto, mas existem vários lindos projetos na vida que podem se tornar nossos “filhos”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que os homens olham outras mulheres quando estão com a gente. Quando conseguem disfarçar, ganham muitos pontos. Como quase nunca conseguem, a gente se sente sempre uma gata borralheira, por mais bonita que esteja. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;">Que, por mais que se negue a existência do príncipe encantado, sempre achamos que vai aparecer um logo ali na esquina pra provar que estávamos enganadas.</span></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-7768420087475841407.post-9086683593322660562011-07-06T19:18:00.000-03:002015-03-03T21:07:15.617-03:00Fome do trivial<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Entrei em casa com uma fome daquelas. Não uma fome de qualquer comida. Era fome de salada, vontade rara, muito diferente dos meus desejos frequentes de comer picanha, massas, doces e, especialmente, chocolate. Estava mal alimentada, voltando de uma viagem a trabalho em que não sobrou muito tempo para as refeições. Na geladeira, rúcula e tomates. Mas meus olhos brilharam quando achei um vidrinho de aspargos na prateleira. Foi saboreando aquela delícia tão suave que pensei em outras do tipo: champignon, chuchu, melão. Um sabor tão leve que é quase a falta de sabor... <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Leveza pra acalmar o paladar.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Logo eu, que amo uma pimentinha, estava ali comendo com a maior boca boa, achando tudo muito especial. E aí entendi: pra reconhecer um extremo, é preciso ter estado no outro. Ter parâmetros para a comparação. Eu só sei o que é picante porque já provei a suavidade. Os contrastes que esclarecem. É na ausência que se descobre a saudade. É na falta de gosto que se encontra um sabor novo. Esmalte branco pra descansar do vermelho. Amigo silencioso pra você se recuperar da necessidade de falar o tempo todo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E é essa variedade que não nos deixa enjoar até do que é muito bom. Sim, mesmo o que é gostoso acaba perdendo a graça com a repetição. E, quanto mais exótico, mais a gente quer o trivial. Quem aguenta comer pratos sofisticados todos os dias? Nosso velho e bom arroz-com-feijão faz falta. Traz equilíbrio. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A rotina também tem seus atrativos. Um dia, um amigo muito engraçadinho, disse: “Mulher da gente é como chuchu. Não tem gosto de nada”. Ok. Talvez ele estivesse se referindo apenas à monotonia do casamento. Mesmo assim, fiquei brava, em solidariedade à esposa do digníssimo e ao chuchu tão desprezado. Deixando de lado o machismo do meu colega, acho que ele se esqueceu de completar que precisa daquele guisadinho todos os dias pra sentir que a vida está normal, sem sobressaltos. E que, se tudo estava meio insosso, é porque ele também havia se esquecido do tempero. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Como um ingrediente delicado, existem pessoas de presença discreta, que não precisam chamar a atenção, mas fazem toda a diferença quando misturadas ao grupo. Como numa receita culinária, são elas o ponto de contraste. Aquele detalhe que não provoca alterações significativas, mas que, apesar de sutil, é essencial pra deixar a comidinha do dia-a-dia com sabor de quero mais. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
Cláudia Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/12158751189347835091noreply@blogger.com6