Aposto que você já ouviu falar de um head- hunter ou “caçador de cabeças”,
aquele profissional que vive à procura de talentos no mercado de trabalho.
Muito comum no mundo de executivos... A novidade, que vi outro dia no programa
Saia Justa, do GNT, é uma heart- hunter. Sim,
uma “caçadora de corações”, que já tem, inclusive, o serviço patenteado. É uma
psicóloga que resolveu dar uma força a quem busca a alma gêmea no mercado
confuso do amor.
Ela jura que não é cupido. Deixa claro que
presta uma assessoria aos clientes a partir do perfil que eles apresentam. E
sai à caça - na agência ou nas ruas. Segundo a psicóloga, as pessoas estão sem
tempo de procurar um parceiro porque trabalham demais. Foi aí que parei pra
pensar se isso poderia ser uma explicação pra existir tanta gente sozinha por
aí – nas mais variadas idades.
Viver “a um”, como gosto de dizer, tem seu
lado confortável. Também acho que homens e mulheres estão mais egoístas, mais
centrados nas próprias conquistas em diversas outras áreas fora de um
relacionamento. Muitos preferem a variedade. Pra que se prender a alguém se há
tantas personalidades e tipos físicos a serem desvendados?
Adoraria saber o real motivo desta
“solidão coletiva”, mas creio que nem os especialistas conseguem explicar o
fenômeno. Uma mudança profunda no namoro, no casamento e nas formas de se
relacionar. Até onde isso vai, ninguém sabe. Tenho amigas, que sonham com
filhos, já atingiram o que querem na profissão, mas não encontram a cara-metade.
Bonitas, inteligentes e sozinhas... Será que ficamos exigentes demais? Ou
concluímos que é desnecessário ter alguém do lado o tempo todo? Falta tempo pra
isso?
E aí volto à pergunta que me incomodou...
Tempo é do que mais a gente precisa numa relação. Pra conversar ou pra brigar,
pra rir, pra olhar no fundo dos olhos, pra namorar... Se as pessoas não têm
tempo de procurar, dificilmente, terão pra manter o outro por perto. É preciso
investir na paixão, abrir espaço, cancelar a agenda em nome de uma companhia.
Romantismo? Acho que não... Não se trata de abandonar os próprios interesses ou
os amigos pra se ter alguém. Mas, ou a gente continua “a um”, com as dificuldades
que essa opção pressupõe, ou é melhor correr atrás do tempo pra experimentar
uma história “a dois”.