Falar de amor é sempre tão repetitivo... A
sensação que se tem é que mudam os personagens, mas os romances começam e se
acabam de forma muito parecida. Costumo ter conversas intermináveis com amigos
sobre os contrastes entre as paixões e os casamentos que caíram na rotina. Aí
todos têm alguma opinião já formada ou experimentada. O que deixa muita gente
sem palavras, inclusive eu, é entender por que há tantas pessoas sozinhas por
aí se outras tantas pessoas dizem que querem encontrar o amor.
Afinal, um lado não cruza o caminho do outro? É fato que muita gente não
quer se comprometer. Mas, e quando os dois querem e não conseguem se acertar?
Onde é que o doce perde o ponto? Uma palavra errada, um olhar atravessado, uma
interpretação precipitada sobre o que aquela pessoa pode lhe oferecer? Medo das
diferenças ou trauma de uma relação anterior? Conheço homens e mulheres que
fogem exatamente quando percebem que o outro se declarou ou simplesmente se
mostrou disposto a encarar o desafio. E há aqueles que se afastam porque
acharam o outro frio demais ou distante demais...
O que eu vejo é que muitos não dão tempo
nem para a possibilidade de que o sentimento aconteça ou amadureça. Já chegam
com suas conclusões apressadas, fazem de tudo pra confirmar aquelas convicções
e, satisfeitos com a própria razão, partem para a próxima conquista.
A gente se acostumou a ter muitos
“contatos” e vive na falsa ilusão do excesso. É uma escolha e cada um sabe o
que quer para si. Quem sou eu pra questionar o que traz alegria... Você pode
desejar apenas alguém pra se divertir. Que mal há nisso? Sair pra conversar,
rir, ir a um show ou cinema e até fingir um namoro num dia de carência.
Distração garantida sem qualquer peso. Quase como uma degustação, amostra
grátis, sem compromisso.
Mas, e se a outra pessoa quiser alguém
para namorar de verdade? Você quer a fantasia e ela busca aquele amor pé no
chão com tudo o que isso pressupõe. Amor de supermercado. Amor arroz com
feijão! Quando esses dois se encontram, o choque é certo. Pior ainda, como escreveu Carlos Drummond de
Andrade, é quando “João amava Teresa que amava Raimundo...” Nesse desencontro
de afetos, ninguém sai satisfeito, na poesia ou na vida. Se há algo que essa troca de parceiros não
garante é a cumplicidade, a intimidade, o convívio intenso, a companhia de
alguém que não tem pressa pra esgotar o romance.
Oi Claudia, foi bom descobrir esse blog, estou lendo Licor de Cassis(livro) presenteado pela Raquel Laudares à minha mãe e estou gostando muito. Parabéns pelo trabalho.
ResponderExcluirAbraço, Julio Cesar
Olá, Júlio César! Muito obrigada pelo retorno! Adoro ganhar leitores desta forma: alguém pega o livro de outra pessoa e acaba se interessando pelos textos. Um abraço e continue por aqui.
ResponderExcluirOi, Cláudia
ResponderExcluirFaz tempo que não leio seu blog. Estava com saudades.
Parabéns e obrigada pelo livro!
Sobre o tema do texto, a minha opinião:
Acho que as pessoas se procuram em busca de algo que preencha seus próprios "buracos existenciais".
Não há há possibilidade de sucesso nesse tipo de busca. Cada um tem que encontrar em si próprio o tampão que lhe remende a alma.
A busca no outro não pode ter esse objetivo. Ninguém completa ninguém. Cada um tem que se completar a si mesmo. A relação com o outro deve ser de soma.
É o que acho. O que não significa dizer que seja o que pratico. Rsrsrs.
Bjs, Cláudia!
Márcia Montalvão
Você está certa, Márcia! Realmente, na prática, as dificuldades aparecem, embora se saiba o que é preciso fazer. Vamos aprendendo... Sempre! Que bom que você voltou ao blog!
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